'A carne ficou pra trás', diz dona de casa que integra os 15% da população do RS que vive em insegurança alimentar
03/12/2025
(Foto: Reprodução) Insegurança alimentar no RS
"O máximo que consegui este mês foi comprar a cesta básica e uma caixa de leite. A carne ficou para trás". O desabafo de Eliezer Nunes Lima, dona de casa em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, revela um problema que ainda afeta milhares de famílias no Rio Grande do Sul: a insegurança alimentar.
Com depressão pós-parto, ela não conseguiu voltar ao trabalho e depende do salário do marido, zelador, e do Bolsa Família para sustentar a casa.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, 14,8% da população gaúcha vive sem saber se terá comida suficiente nas próximas horas.
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O número reduziu. Em 2004, por exemplo, o índice era de 24,7%. No entanto, a fome continua sendo um desafio social.
Quando falta carne, Eliezer precisa improvisar: “Ontem foi salsichão picado”, comenta.
Cesta básica no RS
Rogerio da Silva/ Agencia RBS
Para enfrentar essa realidade, o governo estadual aposta em medidas como o Devolve ICMS, que já repassou R$ 1 bilhão a mais de 600 mil famílias nos últimos quatro anos.
Outra ação é o fortalecimento do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que ampliou de 5 para 66 os municípios participantes desde 2023. Além disso, foram reconhecidos 464 pontos populares, como cozinhas comunitárias e hortas, que recebem alimentos da agricultura familiar.
"[Os espaços] estão no coração de uma comunidade onde tem insegurança alimentar", explica o secretário de Desenvolvimento Social do RS, Beto Fantinel.
Ainda assim, a fome faz parte da rotina de milhares de gaúchos. O atual sonho da aposentada Erondina Ribeiro Fragoso é ter uma mesa farta:
"Uma salada, muita verdura, fruta... e um churrasquinho magro", revela Erondina.
Erondina Ribeiro Fragoso e Eliezer Nunes Lima
Reprodução/ RBS TV
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