BM conclui que policiais que mataram homem com esquizofrenia com tiro na cabeça agiram em legítima defesa no RS
05/11/2025
(Foto: Reprodução) Herick Cristian da Silva Vargas, morto baleado pela polícia militar
Arquivo pessoal
A Corregedoria da Brigada Militar (BM) concluiu que dois policiais que respondiam a Inquérito Policial Militar (IPM) por terem matado com um tiro na cabeça um homem com esquizofrenia que estava em surto em Porto Alegre agiram em legítima defesa.
O caso aconteceu em 15 de setembro deste ano no bairro Santa Fé. A vítima é Herick Cristian da Silva Vargas, que tinha 29 anos.
Segundo (BM), o homem foi morto durante uma tentativa de contenção de um surto psiquiátrico. Na avaliação da corregedoria, os dois policiais atiraram contra Herick porque "havia um risco iminente".
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A BM relata que foi a mãe de Herick quem acionou a polícia. Ela relatou que o filho estava agressivo após fazer uso de cocaína. A ocorrência seria de violência doméstica. Ao chegarem ao local, os policiais teriam tentado conter Herick com o uso de uma arma de incapacitação neuromuscular (arma de choque), mas não teve efeito.
Herick teria avançado contra os agentes, que reagiram atirando quatro vezes com arma de fogo. Ele foi baleado e morreu no local, apesar da tentativa de socorro pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Toda a ocorrência teria durado cerca de quatro minutos.
"[A] atuação dos policiais militares obedeceu as regras de uso diferenciado da força, iniciando pela conversação, evoluindo para emprego de instrumento de menor potencial ofensivo e força letal, à medida em que as atitudes de H.C.S.V evoluíram de cooperativo para agressão física com risco iminente à vida dos policiais", disse a BM por meio de nota (leia ela, na íntegra, abaixo).
Polícia investiga morte de homem durante ocorrência da polícia
Segundo relato da mãe dele, Evolmara Vargas, Herick estava em surto e precisava de ajuda médica. Ela afirma que chamou os policiais para garantir atendimento ao filho, não para que ele fosse morto.
"Chamei ajuda, não para matar meu filho, e foi o que aconteceu. Atiraram no rosto dele, não sei quantos tiros", lamentou Evolmara na época.
Entre as provas reunidas pela corregedoria para concluir que os policiais agiram em legítima defesa estão as imagens de câmeras corporais que os agentes usavam, bem como os depoimentos da mãe e da tia de Herick.
Os dois policiais estavam afastados desde o episódio, mas, com a conclusão do inquérito, poderão voltar ao trabalho. O documento será encaminhado para a Justiça Militar e o Ministério Publico. A Polícia Civil também investiga o caso.
Evolmara Vargas e Paulo Ricardo Vargas, pais de Herick Cristian da Silva Vargas
Reprodução/ RBS TV
Nota da Brigada Militar
"A Corregedoria-Geral da Brigada Militar comunica a conclusão do Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado para a apuração dos fatos que resultaram no óbito do Sr. H.C.S.V, no dia 15 de setembro de 2025, na cidade de Porto Alegre.
A análise do amplo conjunto probatório - gravações das câmeras corporais (COPs), depoimentos, laudos periciais, demonstraram que a atuação dos policiais militares obedeceu as regras de uso diferenciado da força, iniciando pela conversação, evoluindo para emprego de instrumento de menor potencial ofensivo e força letal, à medida em que as atitudes de H.C.S.V evoluíram de cooperativo para agressão física com risco iminente à vida dos policiais.
O laudo toxicológico, lavrado pelo órgão oficial de perícia do Estado, constatou a ingestão de cocaína em concentração extremamente elevada, o que somado a crise de esquizofrenia, da qual o sr. H.C.S.V era portador, resultou em intenso descontrole, infelizmente não sendo possível contê-lo de outra forma dentro das circunstâncias apresentadas.
O inquérito foi remetido à Justiça Militar do Estado para as devidas providências.
Porto Alegre, 03 de novembro de 2025".
Perícia Criminal do RS atendendo a ocorrência que resultou na morte de Herick Cristian da Silva Vargas
Reprodução/ RBS TV
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