'Cemitério de navios': 2 anos após batida na Ponte Rio-Niterói, outras embarcações seguem abandonadas na Baía de Guanabara
14/10/2024
O navio que bateu na Ponte Rio-Niterói foi comprado por mais de R$ 6 milhões e levado para a Turquia. Dois anos após batida na Ponte Rio-Niterói, outras embarcações seguem abandonadas na Baía de Guanabara
Quase dois anos se passaram desde o Navio São Luiz bateu na Ponte Rio-Niterói, e o cenário na Baía de Guanabara não mudou muito: há muitos navios e carcaças de embarcações abandonadas.
Algumas sucatas estão submersas e outras, maiores, flutuam ancoradas. No passado, elas já transportaram cargas, mas foram abandonadas há décadas por empresas que faliram ou deixaram de operar.
O navio que bateu na Ponte foi retirado do local na manhã deste domingo (13), e seguiu rumo à Turquia, depois de ser arrematado em um leilão por mais de R$ 6 milhões. A força-tarefa para retirar a carcaça da embarcação teve o apoio de 4 rebocadores.
O cargueiro estava há quase 8 anos ancorado na baía. O acidente aconteceu quando os cabos de amarração não suportaram os ventos fortes e o navio ficou à deriva. A estrutura não ficou comprometida.
Em maio de 2023, o Governo do estado criou uma força-tarefa para retirar 51 embarcações que ofereciam riscos à navegação e ao meio ambiente da baía de Guanabara.
A Marinha do Brasil diz que todas já foram retiradas. Mas a PortosdoRio, que liderava a força-tarefa, diz que seis embarcações foram removidas.
Nenhum órgão soube apontar quantas embarcações tinham no local nesta segunda-feira (14).
Navio que colidiu com Ponte Rio-Niterói é levado para Turquia.
Reprodução/TV Globo
Em fevereiro desse ano, o Ministério Público Federal entrou com uma ação para que seja feito um mapeamento mais atualizado dessas carcaças e para que se busque uma solução, como local adequado, desmanche e reciclagem desse material.
A Justiça Federal agendou para o dia 6 de novembro uma audiência entre a Advocacia Geral da União, o Ibama, o Instituto Estadual do Meio Ambiente e promotores do Ministério Público Federal para uma tentativa de conciliação entre as partes e para que os órgãos trabalhem num plano de gestão integrada.
Procurada, a Marinha disse que há diferença entre cascos e embarcações abandonadas e que a remoção dos cascos dos barcos, que permanecem na Baía, foi inviabilizada por falta de recursos para a contratação de serviços especializados.
Segundo a Marinha, o que existe lá atualmente está em situação regular.